A tese do "pontinho vermelho"
Tem gente que diz assim: voto nulo não diz nada. Vota nulo quem vota errado, vota nulo quem entra bêbedo na cabine de votação, vota nulo quem não quer eleição porque é fascista. Eu, não. Eu vou marcar meu voto com um "pontinho vermelho". Vou votar em alguém da esquerda, que não vai ganhar, só pra mostrar que é pela esquerda que está minha indignação.
E daí a criatura pega e vai votar na Heloísa Helena.
Mas... a gente quer mesmo que a Heloísa Helena apareça de agora em diante como a porta-voz do descontentamento com a política no Brasil? Como a porta-voz de uma posição radicalmente transformadora? Do mesmo jeito que foi o Lula, por tantos anos?
Eu acho que não... Não vou votar para ampliar o capital político da Heloísa Helena, para que ela passe os próximos quatro anos (e sei lá mais quantos) falando por mim. Porque não acho que ela, especificamente, me represente de maneira adequada. E, sobretudo, porque todo esse mecanismo de representação, que me cala, deve ser repensado.
E tem mais. O meu "pontinho vermelho" legitima o processo eleitoral como mecanismo de participação popular (novos risos incontroláveis da platéia). Parece que eu estou apenas esperando o momento em que a Heloísa Helena vai ter a maioria, e aí (como dizia aquele antigo filme italiano) a classe operária vai ao paraíso. Que nem foi com o Lula, aliás.
Meu protesto não pega catapora não. Voto nulo é a única opção...
E daí a criatura pega e vai votar na Heloísa Helena.
Mas... a gente quer mesmo que a Heloísa Helena apareça de agora em diante como a porta-voz do descontentamento com a política no Brasil? Como a porta-voz de uma posição radicalmente transformadora? Do mesmo jeito que foi o Lula, por tantos anos?
Eu acho que não... Não vou votar para ampliar o capital político da Heloísa Helena, para que ela passe os próximos quatro anos (e sei lá mais quantos) falando por mim. Porque não acho que ela, especificamente, me represente de maneira adequada. E, sobretudo, porque todo esse mecanismo de representação, que me cala, deve ser repensado.
E tem mais. O meu "pontinho vermelho" legitima o processo eleitoral como mecanismo de participação popular (novos risos incontroláveis da platéia). Parece que eu estou apenas esperando o momento em que a Heloísa Helena vai ter a maioria, e aí (como dizia aquele antigo filme italiano) a classe operária vai ao paraíso. Que nem foi com o Lula, aliás.
Meu protesto não pega catapora não. Voto nulo é a única opção...